domingo, 7 de novembro de 2010

Mensagem Espírita de Otimismo - A Fé

Quem preferir, pode ouvir e baixar o áudio no link: 
http://www.4shared.com/audio/xRw2bMlA/A_f_transporta_montanhas.html


O que é fé? Como ela pode transportar montanhas?

 Neste momento, enquanto respiramos, sentimos o ar que ocupa lugar nos nossos pulmões. O peito infla, ou melhor, infla o abdômen, quando usamos corretamente o diafragma. Não podemos ver esse ar que respiramos, mas sentimos claramente o efeito da respiração. Não se trata de uma crença, nem de uma esperança, muito menos se trata de uma projeção da qual tentamos nos convencer que seja verdadeira. Temos certeza de que estamos preenchidos por esse ar. Estamos convictos da sua presença, dentro de nós. Mais do que isso. Já aprendemos que ela é indispensável à vida. Um dia, teremos essa convicção a respeito da fé. Sentiremo-nos preenchidos por ela. Notaremos que ela está dentro de nós e que é indispensável à vida.

         Agora mesmo, no ambiente onde cada um de nós se encontra, estamos cercados pelo o ar, que é absorvido por nossos pulmões, que retiram o oxigênio e liberam o gás carbônico. Do mesmo modo, estamos submersos num mar de fluidos que sofrem a ação do nosso pensamento. A ciência avança no sentido de perceber que a energia é constituída pelas mesmas propriedades da matéria, porque ela também é matéria. Ao mesmo tempo, descobre-se que o nosso pensamento irradia ondas capazes de interferir no nosso organismo fisiológico. Isso quer dizer que o pensamento é, literalmente, ação. E como diz o Evangelho Segundo o Espiritismo o pensamento combinado com o poder magnético pode realizar o que acreditávamos serem prodígios, mas que na verdade são fenômenos naturais.

Quando Jesus libertou obsidiados e obsessores, um da influência do outro, utilizou de sua autoridade moral e de seu domínio desse fenômeno fluídico. Retirou as teias que prendiam o obssessor ao obsidiado e harmonizou ambos com fluidos terapêuticos, cheios de amor. Em alguns casos de subjugação, é essa a alternativa para os espíritos que se recusam a ouvir os ensinamentos do doutrinador. É como se pelo pensamento, se pudesse enfraquecer os músculos de alguém que prendeu o outro num abraço e se recusa a soltar. Quando não dispomos dos recursos magnéticos e da sabedoria do Mestre Jesus, recorremos à confiança e à erteza do socorro da Povidencia Diina, é assim que a nossa fé, pode de fato atingir o objetivo necessário.

Nessa analogia, a diferença é que o ar vem de fora para dentro. E a fé, precisa vir de dentro para fora. Por isso mesmo é que a fé precisa ser baseada na confiança em Deus e na auto-confiança. Não se trata de esperar uma solução que venha de fora para dentro. A fé é "uma atitude de segurança íntima." Que aliás, já está em todos nós, mesmo que de maneira embrionária. Joana de Angelis nos ensina que, no início da vida humana, "há uma crença automática, natural, herança arquétipa das gerações passadas, que induz à aceitação dos fatos, das idéias e experiências, sem análise racional. E existe aqueloutra, que é resultado da elaboração da lógica, das evidências dos acontecimentos com as quais a razão anui. Crê-se, portanto, por instinto e por conhecimento experimental".

Desse modo, o sentido da Fé se aproxima do termo grego "Pistia", do qual foi traduzido e, que significa: estar convicto de que determinada crença é verdadeira. No caso dos gregos, a crença era baseada na narrativa mítica. O mito, como bem sabemos, é uma tentativa de explicação sobre a origem de determinada coisa. Ainda hoje, a filosofia e ciência tentam dar conta da origem das coisas. A explicação que adotamos agora é condizente com a nossa capacidade de raciocínio, assim como a explicação pelo mito, atendeu a condição de determinada sociedade. Os mitos haviam de ser convincentes o bastante para que houvesse aceitação, não eram criados aleatoriamente. Como bem nos ensina Emmanuel: "O que crê, apenas admite, mas o que se ilumina vibra e sente. O primeiro depende dos elementos externos, nos quais coloca o objeto da sua crença; o segundo é livre das influências exteriores, porque há bastante luz no seu próprio íntimo.  Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: “eu creio”, mas afirmar: “eu sei”.

Entender a fé como "saber" e não como "crer", diminui o exercício sincero da devoção e da confiança em Deus?
A fé naquilo que não se conhece tem mais valor? Não. O pai altíssimo criaria um mundo de ilusões e transitoriedades apenas pra nos confundir os sentidos? Só aquele que, por sorte ou instinto puro, remasse na direção certa, estaria no caminho certo para a felicidade? Pois não seria esse o cenário em que a razão fosse dispensável a fé?

Vamos além. Que diferença então teria o conhecimento científico, o saber pela reprodução do fato científico, do saber consequência da fé?

A lei de Deus já está gravada em nossa consciência. É verdade, desenvolvemos a Fé através das experiências, mas o instinto e a transcendência a uma esfera acima de nós são indispensáveis ao saber da Fé, enquanto o conhecimento puramente científico se dá numa esfera menor. É uma pequenina roda dentada que gira uma engrenagem. Saber que o fogo queima não nos parece transcendental, basta o instinto primitivo, para que os animais também o saibam. Aliás, a ciência descobre com muito esforço, ainda hoje, coisas que os animais percebem pelo instinto. Aí estão as catástrofes naturais, que escapam dos aparelhos, para mostrar isso.

Pois bem, a fé está além da crença sem o apoio da razão e está além do saber, puramente, experimentável. Porque ela vem de certeza maior. Quem tem fé, tem fé em alguma coisa ou em alguém. A verdadeira fé é a fé em Deus. Por que nós só descobrimos algo pela ciência porque Deus criou a Lei Natural. Aquela que permite que as coisas funcionem e se manifestem de maneira lógica. De maneira previsível aos nossos estudos. A gravidade obedece a uma lei. Não se modifica a cada dia. A composição da água também e por aí vai. O saber da fé também é assim. Trazemos em nós uma "certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas.  Mostra-se no cristal fraturado que se recompõe, humilde, e revela-se na árvore decepada que se refaz, gradativamente, entregando-se às leis de renovação que abarcam a Natureza." Sabendo que a nossa Fé surge da relação e da confiança no criador

Como nos revela a literatura espírita, o egoísmo é a imperfeição humana mais difícil de desenraizar. O meio de destruir o egoísmo é conseguir fazer sobrepujar o lado espiritual sobre o material. No início, fazia sentido que o homem se desesperasse para salvar-se da assustadora natureza. Hoje, porém, Já temos oportunidade de nos afastar da infância espiritual. Fazer brotar em nós a semente plantada pelo Pai Altíssimo. Comecemos a pensar se o que estamos planejando para o restante da semana leva em conta a dimensão espiritual da vida. A sociedade moderna nos deixou uma lição muito importante nesse sentido. Havia projetos de vida, idéias de pureza e de beleza, no sentido da ordem. No entanto, grandes misérias humanas ocorreram, pela ausência da dimensão espiritual nos planos da humanidade. Hoje ainda, nos sobram exemplo de pessoas que têm tudo o que planejaram, mas não são felizes, pois deixaram de lado a dimensão espiritual da vida. Não tem fé.

Eis uma sequencia lógica até a Fé:
Acreditamos em Deus. Acreditamos em sua bondade infinita. Sabemos então que Deus não nos dá tarefa alguma que não tenha certeza de que podemos cumprir. Certo? Pois bem, se Deus, que tudo sabe, tem certeza de que nós podemos vencer os desafios que enfrentamos, quem somos nós para dizer que não? Confiemos em nós, porque confiamos nele.

Como diz Emannuel:
A maioria de nós, inquietos por nossas dificuldades, "pede alívio, apressadamente, como se a consolação real fosse obra de improviso, a impor-se de fora para dentro", como nos ensina Emmanuel. Pedimos a Deus que nos livre, das mesmas provações que a divindade planejou para nosso aprendizado. Imagine isso: Um professor prepara a aula e o aluno súplica com lágrimas nos olhos - Oh mestre, livra-me dessa apostila. Os exercícios me causam dores excessivas e as avaliações me atormentam. Sou infeliz! Com uma agravante: Colhemos o que plantamos, do contrário, Deus não seria justo. Quando um acontecimento nos abala. Bastaria-nos saber que as provações são oportunidades de crescimento. Lembrar que todos marchamos em direção a felicidade. Assim, aquele que chora, hoje, irá sorrir, amanhã. Portanto, vamos trabalhar com empenho e alegria.


Não há obstáculo intransponível, pois a fé, mesmo que pequena como um grão de mostarda, pode remover as montanhas. Acreditar que a caridade é o caminho para ascensão moral impulsiona a nossa luta contra a vaidade, quando nos envergonhamos de oferecer o pouco que se tem, para quem tem menos ainda. A fé rompe a barreira do medo de não ser compreendido, quando mesmo sabendo da retaliação tomamos a atitude certa. A imponência da verdade divina está acima dos nossos argumentos frágeis e desculpismos, quando pretextamos incompreensão, falta de recursos, falta de conhecimento e daí por diante. Reconhecendo o nosso potencial, nosso caráter de semente. Saberemos que a fé nos ajuda a transpor nossas maiores montanhas, que são nossas imperfeições morais e nossos vícios.


Para melhor fixação do assunto, indico o conto Fé e Perseverança pelo espírito Meimei.

CLIQUE PARA LER FÉ E PERSEVERANÇA 

      Que todos nós possamos a aprender a lapidar as pedras que recebemos com perseverança e confiança.

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